Soja
No final da década de 60, dois fatores internos impulsionaram o Brasil a considerar a soja como um produto comercial, o que posteriormente influenciaria o cenário mundial de produção do grão. Naquela época, o trigo era a principal cultura do Sul do Brasil e a soja surgia como uma opção de verão em sucessão ao trigo. Além disso, o país iniciava um esforço para a produção de suínos e aves, gerando demanda por farelo de soja. Em 1966, a produção comercial de soja já era uma necessidade estratégica, sendo produzidas cerca de 500 mil toneladas no país.
A explosão do preço da soja no mercado mundial, em meados da década de 70, despertou ainda mais o interesse dos agricultores e do próprio governo brasileiro. O país se beneficiou de uma vantagem competitiva em relação aos outros produtores: o escoamento da safra brasileira ocorreu na entressafra americana, quando os preços atingiram as maiores cotações. A partir de então, o Brasil passou a investir em tecnologia para adaptar a cultura às condições locais, um processo liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
Os investimentos em pesquisa resultaram na "tropicalização" da soja, permitindo que o grão fosse cultivado com sucesso em regiões de baixas latitudes, entre o trópico de Capricórnio e a linha do Equador. Essa conquista dos cientistas brasileiros revolucionou a história mundial da soja e seu impacto começou a ser notado pelo mercado a partir do final da década de 80 e mais notoriamente na década de 90, quando os preços do grão começaram a cair. Atualmente, os líderes mundiais na produção de soja são os Estados Unidos, Brasil, Argentina, China, Índia e Paraguai.